Em um momento descontraído com os amigos ou no ambiente de trabalho; em um almoço de família ou em uma fila de banco, em qualquer destas situações o contato com o outro se fará presente. Vivemos uma constante relação de interdependência: precisamos de outras pessoas da mesma forma com que elas precisam de nós. Diante desta certeza, nos surge uma dúvida: como construir e manter um bom relacionamento interpessoal? Afinal, se isso fosse tão fácil, não existiriam tantos conflitos por causa de mal entendidos ou de aproximações inapropriadas.

Uma das vantagens que têm os estudantes de linguagem corporal é a de aprender como a comunicação não verbal é intimamente ligada ao aprimoramento de suas habilidades sociais.

Mas o que são habilidades sociais?

Segundo Almir e Zilda Del Prette, o termo habilidades sociais refere-se à existência de diferentes classes de comportamentos sociais no repertório de um indivíduo para lidar de maneira adequada com as demandas das situações interpessoais; resumindo: habilidades sociais são comportamentos variados que você pode emitir com a intenção de lidar com situações interpessoais de maneira adequada.

Ainda segundo os autores, referências no assunto, uma grande variedade de pesquisas relacionadas ao treinamento de Habilidades Sociais indicou que as pessoas socialmente habilidosas tendem a apresentar relações pessoais e profissionais mais satisfatórias e duradouras, além de melhor saúde física, mental e funcionamento psicológico. Os déficits em habilidades sociais, por outro lado, são comumente associados não apenas à grande dificuldade de relacionamento, como, também, à uma qualidade de vida inferior e diversos tipos de transtornos psicológicos.

Treinando suas habilidades sociais para o sucesso

Algumas pessoas evidenciam suas habilidades sociais desde pequenas, seja devido ao tipo de criação ou de suas mais diversas vivências pessoais: estas pessoas podem sempre aprimorar os comportamentos socialmente adequados. Outras pessoas já não podem ser consideradas socialmente hábeis por uma série de fatores, tais como: uma má leitura do ambiente onde se encontra, timidez, insegurança, etc. A boa notícia é que habilidades sociais, por serem classes de comportamentos, podem ser aprendidas, treinadas e aprimoradas, e como maior parte das mensagens que passamos às pessoas tendem a ser emitidas através da comunicação não verbal, a nossa linguagem corporal deve igualmente ser treinada e os gestos, posturas e expressões que passem uma boa imagem devem ser adicionados ao seu repertório de movimentos corporais.

No entanto, não serão apenas leitura e tentativa de ‘’ repetir’’ os movimentos os responsáveis pelo seu sucesso em relações interpessoais, é necessário mais que isso: não se decoram movimentos, eles devem tornar-se parte de quem você é, caso contrário seu comportamento mostrará uma postura mecânica e, na pior das hipóteses, mentirosa.

Para tornar-se uma pessoa socialmente competente é necessário que haja um repertório satisfatório de comportamentos socialmente hábeis e, além disso, congruência. – a congruência aqui diz respeito à harmonia entre pensamento, sentimento e ação.

O tema Habilidades Sociais é extremamente abrangente, bem como a sua relação com a linguagem corporal. Tendo em vista a extensão do assunto optei por dividir o tema em partes; neste artigo iniciarei abordando  Habilidades sociais de comunicação dando prioridade à aplicação da linguagem corporal no tema.

Habilidades Sociais de comunicação são aquelas que se referem à comunicação propriamente dita entre duas ou mais pessoas. Nesta categoria temos habilidades como iniciar e encerrar uma conversação, gratificar e elogiar e dar e receber feedbacks.

Iniciar e encerrar uma conversação

Identificar a melhor hora para iniciar uma conversa é uma importantíssima habilidade social porque, muitas vezes, por não saber como ou quando iniciar uma conversação, você pode perder uma grande oportunidade social, pessoal ou profissional. Por outro lado, se não souber encerrar uma conversa do jeito apropriado, poderá receber a antipatia do seu ouvinte.

Se deseja puxar assunto com alguém é importante, antes de mais nada, atentar-se aos sinais não verbais emitidos: se, ao encontrar você, a pessoa abre um sorriso natural e gradualmente – e não mecanicamente – e mantém uma postura aberta – como por exemplo braços abertos ou aproximação corporal – há uma grande possibilidade daquela pessoa estar disponível para uma conversa com você. Todo primeiro contato deve iniciar-se com uma saudação que poderá variar de acordo com questões culturais e pessoais – o grau de intimidade entre você e outra pessoa; característica pessoal do interlocutor, etc. Pode-se começar com um cumprimento como a saudação com a palma da mão virada para o interlocutor seguido de uma apresentação ou da explicação do objetivo de determinada conversa. Se você conhecer a pessoa e tiver intimidade para isto, um leve toque no braço pode criar uma maior conexão entre vocês.

O problema, muitas vezes, não chega a ser o início, mas sim o término. Várias vezes já presenciei casos onde pessoas não sabiam como colocar um ponto final em uma conversa sem parecerem deselegantes, esta situação pode ser muito constrangedora. É neste momento que você precisa
se atentar aos sinais do corpo, eles indicarão quando se deve terminar uma conversa. Se você já está conversando com alguém há um tempo e percebe
que os pés da outra pessoa não estão em sua direção, seus olhares se perdem de vez em quando e objetos como chaves, celular, relógio chamam mais sua atenção do que costumam chamar normalmente, muito provavelmente aquele é o momento certo de dar um fim à conversação. Encerrar apropriadamente um encontro é ideal para que você não seja lembrado como o chato ou sem noção que fala demais e não se toca.

Saber ler o conteúdo não verbal da pessoa faz com que a conversa flua naturalmente até que naturalmente também se encerre.

Gostou do artigo? Em breve teremos mais!

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