Em reuniões, negociações, encontros sociais ou profissionais a sua Linguagem Corporal faz toda a diferença. É ela que, muito além das palavras, mostra como realmente nos sentimos em determinado ambiente, nos diz sobre a melhor forma de agir em diversas ocasiões e nos indica o que sentem as pessoas ao nosso redor. Um bom observador, munido de conhecimentos sobre Linguagem Corporal, tem muito mais chances de obter sucesso em qualquer relação interpessoal.
Resumindo: Saber se expressar com o corpo nos torna mais persuasivos. Mas o que é persuasão e como a Linguagem Corporal pode (e vai) te ajudar a ser mais persuasivo? Veja a seguir
O Que é Persuasão?
Muito se ouve falar que, em um mundo competitivo como o da atualidade é preciso ser alguém persuasivo para se destacar. Mas o que é Persuasão?
A Persuasão, explicando de maneira simples, se trata da arte do convencimento. Persuadir é poder levar uma nova possibilidade à outras pessoas que, provavelmente, jamais a tenham imaginado. Ela trabalha com três elementos propostos por Aristóteles: Ethos, Pathos e Logos. Onde Ethos diz respeito à ética do locutor, Pathos é a empatia que o emissor da mensagem deve causar no receptor e Logos, a lógica utilizada pelo comunicador para passar ao interlocutor a ideia de uma maior autoridade diante de determinado assunto.
Em tempos de crise, em meio a tantas pessoas perdendo empregos e tantas empresas fechando portas, é inegável a necessidade de ser persuasivo. Saber argumentar e mostrar a todos a sua importância é imprescindível, caso contrário, o descarte é inevitável. Na vida, ou você é persuasivo, ou é passado para trás como outros tantos.
Linguagem Corporal na Persuasão
Não é demais repetir a importância da Linguagem Corporal na Persuasão já que o corpo emite mais mensagens que nossa comunicação verbal e vocal juntas. Então, para mostrar a Linguagem Corporal na Prática, darei algumas dicas de como utilizar linguagem corporal na persuasão.
1. O sorriso
A melhor maneira de criar empatia com as pessoas é sorrindo. Sorria ao encontrar alguém, isso demonstra afeto e cordialidade.
2. O olhar
Olhe paras as pessoas ao seu redor, isso mostra que você as considera importantes e elas se sentirão muito mais confortáveis e conectadas a você. Existem três tipos principais de olhar:
Olhar Profissional:
Imagine um triangulo na testa do interlocutor. Olhando para este triângulo você mostra que a conversa que estão tendo é impessoal. Há um certo tom de superioridade. É um olhar comumente utilizado por recrutadores a fim de evitar que os candidatos façam algum tipo de brincadeira durante a entrevista.
Olhar Afetivo:
Agora imagine um triângulo, no rosto do interlocutor, onde um de seus vértices se encontra na altura de seus lábios e sua base, entre seus olhos. Este se trata do olhar afetivo. É um olhar que torna o contato mais amigável e agradável.
Olhar íntimo:
Este olhar deve ser evitado por, muitas vezes, provocar constrangimento.O triângulo imaginário, desta vez, inicia-se nos olhos e estende-se até os seios.Outra variante deste olhar é o chamado ”escaneamento” onde o olhar percorre todo o corpo da pessoa, deve ser evitado por invadir a outra pessoa.
3. Espaço pessoal
Saber onde termina seu espaço e onde começa o de outra pessoa é essencial. Não há nada mais inconveniente que alguém que não respeita nosso espaço pessoal. O problema é que muitas vezes a maioria das pessoas invade o espaço alheio sem perceber, e, por isto, também são tidas como mal educadas sem sequer saber o motivo. A Proxêmica nos ensina que temos quatro zonas territoriais e que devemos respeita-las para um bom convívio social:
Zona íntima:
Neste espaço há um elevado nível de contato físico, só pessoas realmente íntimas se permitem ficar nesta zona. Podemos perceber facilmente em ambientes lotados, onde pessoas ultrapassam esse limite mutuamente, o quão fechadas se tornam suas posturas.
Zona Pessoal:
É uma zona menor que um aperto de mão, porém os toques são muito menos constantes.
(Veja mais sobre o poder do toque.)
Zona Social:
Uma distância em que há a interação de pessoas conhecidas. Há contato visual, porém o toque não se faz presente.
Zona Pública:
Zona utilizada por professores e palestrantes. Por vezes ainda há chances de estabelecer contato visual com o interlocutor, porém o relação torna-se profissional.
4. Postura aberta
Uma postura aberta significa: ”Não tenho o que esconder, tenho segurança no que estou falando. Pode confiar em mim”. Não cruze os braços nem esconda as mãos, tenha uma postura ereta para passar confiança, ao gesticular faça com que suas mãos tenham o mesmo ritmo de sua fala.
Sinais de batuta
Segundo o autor Paulo Sérgio de Camargo,”(estes gestos) Recebem este nome pela similaridade com os gestos do maestro comandando a orquestra…Quando devidamente utilizados, transformam-se em poderosos instrumentos de oratória”.
5. Aperto de mão
Um aperto de mão pode ser muito persuasivo. Existem basicamente três tipos de aperto de mão: submisso, dominante e igualitário. O aperto de mão ideal para criar uma conexão é o aperto de mão firme e igualitário, quando a mão de ambos se encontra no mesmo nível. E para causar um maior impacto positivo em outra pessoa, a toque rápida e levemente no braço enquanto aperta sua mão.
Técnicas do Pedestal e da Escada
No início do mês fui ao curso de Linguagem Corporal do especialista Paulo Sérgio de Camargo e, ao longo do dia, pude aprender muito com ele. Duas técnicas de persuasão, ensinadas por ele, me chamaram muito a atenção. Primeiro porque jamais havia lido sobre elas, segundo porque realmente funcionam – Por um momento me peguei pensando em todas as vezes que alguém as utilizou comigo sem que eu soubesse e como funcionaram tão perfeitamente.
Técnica do Pedestal
Nesta técnica você coloca a pessoa em um pedestal a fim de criar conexão com ela. Isso faz com que não haja tensão alguma na relação. Utilizando meu amigo Júlio como exemplo:
– Júlio, eu realmente admiro o seu conhecimento sobre a cultura chinesa e o fato de saber falar mandarim. Acho fantástico. Poderia me ajudar a traduzir essa música chinesa?
Ao tentar estabelecer algum tipo de vínculo com alguma pessoa, cite uma qualidade que ela tenha e se orgulhe disso. Acredite, será mais difícil receber um não.
Técnica da Escada
Nesta técnica você cita uma pessoa para dar autoridade a ela. Por exemplo:
Numa mesa com o Júlio e mais alguns amigos, uma mãe fala que gostaria que o filho dela fizesse alguma arte marcial e me pergunta qual eu acho que seria melhor para seu filho, eu diria:
– Infelizmente eu não conheço muito sobre artes marciais, mas o Júlio, além de ser professor de Kung Fu e conhece outras artes marciais, inclusive ele abriu uma escola recentemente.
Desta forma a autoridade em relação às artes marciais ia para o Júlio e a sua gratidão pelo efeito escada (ou seja, o fiz subir em autoridade) veio para mim. Na persuasão, muitas vezes, mais vale você ter a gratidão de alguém do que tentá-la convencer por alguma lógica.
Bibliografia:
A Arte da Persuasão – James Borg
Linguagem Corporal – Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais – Paulo Sérgio de Camargo
Linguagem e Persuasão – Adilson Citelli
The Power Of Non Verbal Communication – Henry H Calero
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