O Artigo que escrevo aqui desta vez é uma das partes que mais gosto no livro do meu mentor Técnicas de Interrogatório – Aplicações no contexto policial do Anderson Tamborim e Carlos Alexandre, com certeza um dos livros mais importantes da área e por sinal ESGOTADO.
Uma pesquisa feita por Bella DePaulo, da Universidade da Virgínia, e Deborah Kashy, do Texas A&M University, em 1998, identificou que em média pessoas contam uma ou duas mentiras diárias. A pesquisa nos mostrou que pessoas mentem com mais frequência sobre seus sentimentos, preferências, atitudes e opiniões e mentem com menos frequência sobre suas ações e planos porque seria presumivelmente mais fácil detectar estas mentiras. Mentiras também são contadas sobre conquistas e falhas. Ganho material, conveniência pessoal ou fugir de punição são planos de fundo muito comuns para mentiras, mas com muita frequência, mentiras são usadas para parecer mais inteligente, mais sofisticados ou até mais virtuoso.
Mentir nos permite assumir certos aspectos e qualidades pessoais em relação aos outros de acordo como nós achamos que deve melhor servir. É muito importante perceber as principais razões pelas quais se mente para que possamos ser um pouco mais cético nos movimentos adequados. É difícil, e com certeza deve ser bastante prejudicial viver o tempo todo em alerta máximo como se todos á sua volta estivessem prontos para mentir. De fato, deixar as mentiras passarem “despercebido” é muitas vezes a melhor coisa a fazer, uma vez que nem todas são de grande importância, na verdade, a maioria não é.
Este tipo de estratégia não exige que você acredite nas mentiras de alguém, mas quer uma certa ignorância de certas mentiras, especialmente as que não tem importância alguma.
Podemos dizer que existe um lado positivo, o lado que é proteger os outros da desaprovação, reduzir as divergências ou evitar prejudicar e ferir os sentimentos das outras pessoas. Mentir é, portanto, uma habilidade para gerenciar as nossas impressões em relação aos outros.
Uma outra característica das mentiras é que muitas vezes ocorrem por omissão , quando removemos ou retemos informações para enganar. Aliás, este é o meio mais fácil para tentar se safar.
A Respeito das pessoas que participaram deste estudo, quando perguntados sobre os efeitos das mentiras, a maioria concordou que mentir produziu pouco arrependimento e que as mentiras tinham poucas consequências.
Para encerrar esta introdução geral, o Professor Anderson Tamborim da ênfase de que, de nenhuma forma, detectar mentiras é algo fácil ou direto e qualquer fonte que diz que é, esta enganando você. Mentir não é universalmente estressante, o mentiroso não se sente universalmente culpado ou mesmo arrependido. Algumas mentiras são simples e a motivação para mentir varia muito.
Em Breve !
A afirmação do Professor é respaldada pela literatura sobre Detecção do Engano, que mentir é rotineiramente utilizado e quando feito com competência produz apenas pistas circunstanciais. Portanto, apenas laços fracos existem entre verbal e não verbal no que diz respeito ás relações com a mentira e é preciso observar diferentes canais de comunicação para chegar de fato a um resultado consistente que irá ajudar no processo de investigação.
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